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“UM” DIA PARA YEMANJÁ

Iniciei pensando que há apenas dois dias muitos terreiros comemoraram o dia da Iyá Ori, orixá Yemanjá. Louvaram esta grande mãe com muitos “presentes” pedindo a Ela que não deixasse de estender suas bênçãos sobre todos(as).

Nossas cabeças em muitos momentos ficam adoecidas – entendamos doença como desequilíbrio do pensamento – e necessitam ser bafejadas pelas bênçãos de Yemanjá. Em nossa religião não é necessário dar “presentes”, mas saber o que, como e quando dar, não é necessário pedir, mas também saber como pedir.

Por isto tantas vezes se recorre ao pai e à mãe de santo, pois eles sabem como, quando e de que forma pedir e o que ofertar para serem atendidos(as). Cabeças ruins (kolori) não podem pedir por si. É necessário que alguém peça por ela, oferte por ela e “converse” com Yemanjá de modo adequado para que Ela ouça os pedidos.

Quantas milhares de pessoas passam em frente ao mar neste dia, e em tantos outros, completamente negligentes de que ele é a nossa mãe Iyá Ori? Quantas e quantas vezes entramos no mar sem saudar com um gesto simples, de bater nossa mão na água, e pedir seu agô por estar em sua casa, bem como suas bênçãos?

Quantas pessoas não se regozijam com o as ondas do mar e nem sequer lembram que esta espuma é sagrada, de nossa mãe Yemanjá? Quantos de nós nos condicionamos a ter com Ela, Yemanjá, uma relação furtiva esquecendo que ela é a grande curadora de cabeças?

Mas, de qualquer modo, é uma felicidade saber que no dia 2 de fevereiro muitos(as) se prostam a Ela. Muitas filhas de Yemanjá dão seu iká à beira mar ou diante dos ojubós. É uma felicidade saber que temos quem guarde por nossas cabeças, pois ela é quem nos acompanha para toda eternidade.

Que Yemanjá nos permita “ter a cabeça no orixá e o orixá na cabeça” (Rivas Neto, 2017) sempre.



Mãe Maria Elise Rivas

Ìyá Bê Ty Ogodô

Mestra Yamaracyê

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