Nos idos de 1996, a Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino aluga o prédio de nº 400 localizado à Av. Santa Catarina com a finalidade de ali implantar um de seus terreiros. Antes da locação realizada pela instituição passaram por lá dois terreiros de umbanda, sendo um deles do falecido Roberto Getúlio de Barros, Roberto Guarantã, como ficou conhecido. O que ganha relevância na história de Pai Rivas, pois o mesmo, no início de sua adolescência, frequentara as giras de Roberto Guarantã, onde incorporou o caboclo Urubatão da Guia. Logo, o local tinha vínculos íntimos com a trajetória do fundador da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino.
Produção Bibliográfica de Mãe Maria Elise Rivas
A pesquisadora Maria Elise G. B. M. Rivas, sacerdotisa das religiões afro-brasileiras (Mãe Bê, ou Yá Bê Ty Ogodô), é autora há mais de 20 anos, tendo publicado livro na área de literatura infantojuvenil e obras de cunho acadêmico e religioso, além de artigos e capítulos de livro. A seguir, arrolam-se livros de sua autoria, como coautora ou que coorganizou.
Umbanda: o despertar da essência (1995)
Nesta possante e inédita obra estão sendo desvelados fundamentos herméticos da filosofia umbandística. Traz os verdadeiros princípios do homem e busca elucidar a tradição transcendental, a protossíntese. Demonstra de forma fidedigna os objetivos da umbanda em seus bastidores, rumo ao 3° milênio, revelando o homem com sua consciência amplificada, o verdadeiro homem planetário. Aprofunda-se na origem primeva dos distúrbios e desatinos das humanas criaturas, desvelando o porquê do ódio, do medo, das angústias, ansiedades, tensões, solidão, etc. Orienta-nos, de forma racional, clara e precisa, a sobrepujarmos tais adversidades e debilidades da personalidade, induzindo-nos ao autoaperfeiçoamento. Portanto, para aqueles que buscam encontrar-se através do autoconhecimento, eis uma obra de luz e esclarecimentos precisos e profundos.
Fun Chan Chun (1998)
Gustavo é um garoto muito só, sem irmãos e sem uma única criança na vizinhança para brincar, não lhe restando outra alternativa a não ser a televisão e o videogame. Sonha em ter um amigo de sua idade, como vizinho, para brincar. Mas, certo dia, um caminhão de mudanças para bem em frente à casa ao lado da sua. Descem de um carro que acompanha o caminhão pai, mãe e filho. É uma família muito estranha, as pessoas usam roupas estranhas e têm jeito estranho. A partir daí, Gustavo viverá muitas aventuras com um final para lá de surpreendente!
O mestre iluminando consciências (2002)
Esta obra da Mestra Espiritual Yamaracyê (Maria Elise G. Machado Rivas) relata sua experiência única, de duas décadas, na vivência iniciática direta com Mestre Arhapiagha. Ao lermos com atenção o livro da Mestra Yamaracyê entenderemos melhor a sua vivência iniciática. Veremos que a Iniciação, ou o conhecimento da origem de todas as coisas, requer uma ou mais vidas de dedicação, de amor e respeito ao Sagrado, a si mesmo e ao próximo, que são as mesmas coisas. O desconhecimento laico poderá fazer com que muitos achem a Mestra Yamaracyê ortodoxa e austera. Nenhum destes encômios lhe cabem, mas sim o de fiel transmissora dos ensinamentos de seu Mestre Espiritual, que, diferentemente de outros, não vende ilusão, mas a neutraliza, transformando-a em realidade sempre crescente, algo não tão fácil para as mentes ainda não despertas. Lendo Yamaracyê, pioneira no mestrado e na literatura umbandista, sentiremos em nossos espíritos sua mestria e fidelidade incondicional aos fundamentos ministrados pelo seu Mestre Espiritual, pois não é uma simples discípula, é mais do que isto, é uma convertida, uma Mestra autorrealizada.
O mito de origem (2013)
O que é Umbanda? Quando ela surgiu? A religião de Umbanda foi fundada por uma entidade, por um homem, ou não tem marco fundante? São muitas as perguntas possíveis para a religião dos Orixás, dos Santos Católicos, dos Deuses Ameríndios sincretizados numa prática genuinamente brasileira. O presente livro responde a estas questões tomando como ponto de partida a reflexão sobre a(s) origem(ns) da Umbanda. O mito como metanarrativa, bem como suas implicações contextualizadas nas três escolas primevas das religiões afro-brasileiras: Ameríndia, Indo-europeia e Africana. No fenômeno social, observa três personagens históricos e suas construções genuinamente umbandistas, sempre sob o inovador olhar da teologia afro-brasileira institucionalizada pela Faculdade de Teologia Umbandista (FTU).
Teologia da tradição oral (Coautora, 2014)
Longe de terminar esta profícua discussão sobre oralidade na teologia afro-brasileira, gostaríamos de propiciar ao leitor justamente o oposto: um ponto de partida para novas (re)construções. Afinal de contas, falar sobre teologia com enfoque na tradição oral é tão inovador quanto primevo. Foi assim que a teologia nasceu com os gregos, foi por meio dessa oralidade que os cristãos se sustentaram ao longo dos séculos e, agora, os afro-brasileiros desenvolvem uma nova perspectiva. A oralidade pode ser comparada à mesma ferramenta (método) utilizada de múltiplas formas (episteme).
Teologia afro-brasileira (Coorganizadora, 2014)
A obra Teologia afro-brasileira, coordenada pelas professoras Irene Dias de Oliveira, Maria Elise G. B. M. Rivas e Érica Jorge, congrega textos de importantes pesquisadores sobre aspectos epistemológicos desta teologia afro-brasileira nascedoura. São textos de professores da FTU em parceria com amigos e colegas de outras instituições que são referências no país. Ler este livro permitirá ao leitor compreender um pouco mais das tão desejadas e pouco conhecidas religiões afro-brasileiras. (F. Rivas Neto)
Teologia usa saias? (2017)
Fruto de sua pesquisa de mestrado, nesta obra a autora parte de análise sócio-histórica para compreender, em primeiro lugar, como e por que a Teologia se consolidou profissionalmente como lugar de homens, sobretudo cristãos. Então, de que forma, com a instituição da Teologia como curso de ensino superior regulamentado, as mulheres começaram a participar também deste lugar, antes proibido, senão explicitamente, decerto moralmente. É um manifesto de resistência à opressão, ao preconceito, à naturalização da divisão e diferenciação, no caso por questões de gênero.
Os Invisibilizados, como Organizadora (2018)
O livro é resultado de uma exposição promovida pela OICD, com curadoria de Mãe Maria Elise Rivas, em parceria com o Fórum da Comarca de Itanhaém e do Departamento de Cultura da cidade, realizada de 21 a 30 de novembro. Contou com instalação no Fórum de Itanhaém de banners com personagens negros da história afro-brasileira que contribuíram para a ciência, artes e educação e foram retratados de modo que tiveram sua aparência embranquecida ou nunca foram retratados como negros. Houve também ciclo de palestras na Pinacoteca da Cidade e lançamento do livro homônimo, com artigos a respeito do racismo na sociedade brasileira.
OICD - Escola de Iniciação desde 1970 - Vigência 2019
Com esta obra – que inaugura a Série OICD – História e Tradição, Mãe Maria Elise Rivas apresenta um pouco da história dessa instituição, da vida de seu fundador, Pai Rivas, e como se estrutura a Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino como Escola de Iniciação nas religiões afro-brasileiras, com textos sobre Tradição, sobre Iniciação nas escolas de Umbandas, Encantarias e Candomblé da OICD, fotografias, cronograma de atividades, entre outros. Sobretudo, é o primeiro capítulo de uma história real de fé, dedicação e, nas palavras de Mãe Maria Elise Rivas, resistência contra a dor do mundo.
Violência em Cores (Organizadora), 2020
Este livro é oriundo da exposição Violência em Cores, ação cultural proposta para a Semana da Consciência Negra 2019 e que foi idealizada e desenvolvida pela Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino com curadoria da Íyálôrisa Bê Ty Ogodô (Mãe Maria Elise Rivas), sediada no Fórum da Comarca de Itanhaém, com apoio da Dra. Juíza de Direito Helen Cristina de Melo Alexandre, de 11 a 29 de novembro de 2019.
A exposição e este livro que dela resulta – e ao mesmo tempo continua – fazem um clamor à sociedade brasileira sobre as diversas violências sofridas pelo povo negro. Sejam as questões simbólicas consideradas “inocentes” por muitas pessoas, mas que causam dores profundas na população afro-brasileira,
até a violência física que gera mortes em níveis comparáveis apenas às guerras globais. Nesse espectro surgem questões feministas, educacionais, sociais, notadamente de emprego e renda.
Traz artigos de acadêmicos e de profissionais de âmbitos diferentes que sofreram na "carne" o preconceito.
O mestre iluminando consciências (2. ed. rev. e ampliada - 2020)
Uma Tradição no âmbito da religião remete ao conjunto de valores espirituais, doutrina, visão de mundo e a forma de transmissão para seus descendentes e, consequentemente, ocorre ao longo do tempo. Maria Elise Rivas, conhecida na umbanda esotérica-iniciática como Mestra Yamaracyê, faz isto nesta obra integrando uma Tradição que lhe é anterior, que hoje ela conduz e, por sua vez, legará à próxima geração.
Mestra Yamaracyê foi discípula de Mestre Arapiaga por quase quatro décadas diuturnamente ao seu lado, por ele consagrada no 7° Grau do 3° Ciclo da umbanda esotérica-iniciática no ato da sucessão da escola umbandista fundada por W. W. da Matta e Silva na década de 1950. Destarte, são 70 anos de histórias.
Neste percurso e em longa vivência dedicada à espiritualidade, Mestra Yamaracyê galgou os degraus da Iniciação como discípula leal e testemunhou como a Tradição se renova, sendo ela própria a primeira mulher a ultrapassar o antigo interdito de Iniciação para mulheres: não apenas como a primeira a ser iniciada além do 5° Grau, como a primeira mulher a se tornar a sucessora legítima da umbanda esotérica-iniciática.
Logo, Mestra Yamaracyê vivenciou, fez e hoje constrói a história da umbanda esotérica-iniciática como Mestra-Raiz da OICD, tendo essa escola o TUO como casa-mater. É nesse lugar conquistado e de direito que, sob sua orientação, publicamos a segunda edição, revista e ampliada, do livro O mestre iluminando consciências, dezoito anos após a primeira edição: livro que nos permite entrever os meandros da Iniciação como caminho de autopercepção e reconhecimento, bem como de transformação do ser humano, escrito por quem foi discípula e hoje é a condutora dessa Tradição iniciática.
O que reza minha trdição: umbanda esotérica ou iniciática (2020)
Mãe Maria Elise Rivas, Mestra Yamaracyê, é a Mestra-Raiz da Umbanda Esotérica ou Iniciática, detentora da Doutrina do Tríplice Caminho, numa tradição que nasceu com Mestre Yapacani, desenvolveu-se com Mestre Arapiaga e continua seu desenvolvimento sob as mãos da primeira mulher que é Mestra-Raiz, única Iniciada no 7° Grau do Terceiro Ciclo nessa escola. Nessa condição, apresenta nesta obra contribuição singular. Tal ineditismo, peculiar a quem comanda uma Tradição e somente desta posição obtém legitimidade para tanto, com o respaldo do mundo sobrenatural e a vivência Iniciática conquistada, faz-se com devolver à umbanda parte de sua história e apresentar aspectos inéditos.
Mestra Yamaracyê demonstra neste livro como o núcleo duro da umbanda esotérica, de Mestre Yapacani e Mestre Arapiaga até sua condução, manteve-se intacto. Para tanto, revisita a primeira e segunda fases desta Escola de Iniciação e versa, sobretudo, sobre as rezas e pembas. Elementos indissociáveis da cosmovisão umbandista.
A Lei de Pemba tem sua história em muitas fontes, mas nessa obra surge sua fonte inquestionável da tradição Angola, de modo que esses sinais riscados, como Mestra Yamaracyê comprova, já existiam – e ainda existem –, como forma de escrita gráfica, porém seu uso iniciático encontra-se guardado somente em mãos sacerdotais, habilitadas para riscá-los e ativá-los, por meio das rezas e elementos específicos.
Assim, além do combate ao apagamento histórico que é sintoma do racismo institucional de nosso país, com mostrar a anterioridade da influência jeje quanto aos sinais riscados, Mestra Yamaracyê também de modo inédito apresenta rezas e pembas e sua utilização de acordo com a Doutrina que ela faz grassar: a da Umbanda Esotérica ou Iniciática. Este livro-oferenda traz também fotografias e um catálogo de ervas utilizadas na Umbanda Esotérica.
Umbanda: o despertar da essência (2. ed. rev. e atualizada - 2021)
Completamente revista e atualizada, esta segunda edição de Umbanda: o despertar da essência apresenta reflexões e ensinamentos sobre a espiritualidade, a Iniciação, o desenvolvimento biopsicossocial, enfim, a vida, à luz das doutrinas preconizadas pela Umbanda Esotérica ou Iniciática no âmbito da OICD.
A primeira edição foi publicada em 1995, vinte e seis anos atrás, quando Mestra Yamaracyê já era sacerdotisa iniciada por Mestre Arapiaga, com a valência de quem havia galgado desenvolvimento espiritual para tanto. Hoje é sucessora da Tradição da OICD e Mestra-Raiz da Umbanda Esotérica ou Iniciática. É justamente como Mestra-Raiz que reviu e atualizou esta obra, tratando das Doutrinas Tântrica, Mântrica e Yântrica e com uma ampla abordagem do percurso espiritual, por assim dizer, do ser humano do Reino Virginal e suas vivências no Reino Natural, a fim de retornar ao seu início.
Retorno este buscado pela iniciação. Assim, o leitor e a leitora passarão pelos temas ontogênese, composição da personalidade, inconsciência e consciência, organismos de manifestação do ser espiritual (mental, astral e físico), ilusão e realidade, entre outros. Nas palavras de Mestre Arapiaga 25 anos atrás, constantes do prefácio original, preservado integralmente: “São conceitos de escol, conceitos avançados de Umbanda”.