Nos idos de 1996, a Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino aluga o prédio de nº 400 localizado à Av. Santa Catarina com a finalidade de ali implantar um de seus terreiros. Antes da locação realizada pela instituição passaram por lá dois terreiros de umbanda, sendo um deles do falecido Roberto Getúlio de Barros, Roberto Guarantã, como ficou conhecido. O que ganha relevância na história de Pai Rivas, pois o mesmo, no início de sua adolescência, frequentara as giras de Roberto Guarantã, onde incorporou o caboclo Urubatão da Guia. Logo, o local tinha vínculos íntimos com a trajetória do fundador da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino.
O Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-Brasileiras
Fundado em agosto de 2006 por Babá Rivas, o Centro de Cultura Viva das Tradições Afro-Brasileiras situava-se à Rua Joaquim Nabuco, 1054, no bairro Brooklin Paulista na cidade de São Paulo.
Tratava-se de uma casa que não era habitada há muitos anos, de modo que as transformações, reformas e estruturação demandaram dois anos.
Casa ampla de dois andares, com entrada por um grande portão central e uma porta lateral que dava acesso direto ao segundo andar. Descendo as escadas chegava-se ao térreo. Possuía também um fundo muito extenso, com locais que foram destinados ao Culto de Nação Africana e às Encantarias.
Existia um assentamento central do Orişà Ògìyàn, Òrìşà de Babá Rivas, no andar superior, bem como a cozinha de Santo, dois banheiros, um ronkó e a Sala de Ifá.
No andar inferior havia um local destinado a Exu e outro espaço às Encantarias.
No espaço das Encantarias havia assentamentos para Catimbó, Pajelança, Terecô, Babassuê, Toré, Xambá e Tambor de Mina.
Na parte do fundo havia o "Jardim dos Orişà", onde havia assentamento para todos os Òrìşà e seus respectivos Exus, bem como o "mastro central", o Opá.
Em 2008 Babá Rivas inicia toques da Jurema mais internamente e, a partir de 2009, abre a casa para toques da Encantaria para convidados às quartas-feiras quinzenais, sob o comando de Mestre Canindé.
Babá Rivas, também através do Oráculo de Ifá, fazia consultas sobre o destino de quem o procurava, desvendando os mistérios através da caída dos coquinhos de dendê.
O Centro de Cultura colaborou como laboratório para a FTU perante o MEC, pois a prática sacerdotal, aliada a pesquisa e reflexão de Babá Rivas desenvolveram arcabouço rico para as religiões afro-brasileiras.
O Centro de Cultura foi uma casa Viva pois havia lá a luz dos Òrìşà e o encanto de Mestres, Mestras, Reis, Rainhas , príncipes e princesas que traziam felicidade por todos que passaram por lá . Seu fechamento se deu em março de 2012, em virtude da migração de Babá Rivas em 2013 para o litoral .