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Fases da Iniciação: A visão convencional

Mucuiú, motumbá, kolofé, saravá, axé,


Compartilhamos hoje excerto adaptado de nosso livro “O mestre iluminando consciências”, publicado pela Ícone em 2002, páginas 46 e 47, em que versamos sobre o que chamamos Primeiro Momento da Iniciação. Nessa obra definimos cinco fases da Iniciação, que “são basicamente as mesmas, diferindo muito pouco de uma pessoa para a outra, pois elas estão diretamente relacionadas com o domínio e ‘morte’ do ego. Eis a grande impedância, pois não podemos negar que o ser humano é incentivado a cultuar e viver em função da satisfação do seu ego, e pior, a satisfazê-lo com coisas voltadas para o mundo externo, estímulos objetivos, adereços da personalidade” (p. 43). Falaremos aqui nas próximas postagens sobre cada uma delas. Hoje, vamos à primeira:

PRIMEIRO MOMENTO: A VISÃO CONVENCIONAL

Deparamo-nos com o momento em que a pessoa aspirante inicia a sua jornada dentro de uma Escola de Iniciação, buscando aceitação como iniciando ou inicianda.

Gostaríamos de deixar claro que as Escolas buscam saber se está afeto à pessoa aspirante o caminho da Iniciação ou não. Não basta bater à porta, é necessário que demonstre ter condições de ultrapassá-la, afinal a Iniciação só é dada para aqueles que a têm no seu destino.

Bem, nada mais lógico para a pessoa aspirante que deseja voar para a condição de Iniciado ou Iniciada sem grandes esforços. Ela, neste momento, vê, ouve, mas põe em dúvida estados espirituais que transcendam a consciência superficial. Não consegue perceber novos estágios que não se encontrem diretamente ligados aos aspectos objetivos, pois não aceita o fato de não estarem relacionados com o “EU”.

Neste estágio, a pessoa aspirante é marcada pela forma mediana e indireta de perceber novos estados de consciência, apresentando uma grande resistência e temor de penetrar o inconsciente.

Não percebe que sua mente, seu sentimento e suas ações encontram-se sem conexão, mostrando um desalinho de sua personalidade, que está centrada no “desde fora”, ou melhor, em tornar-se um ser “aceitável”, “agradável” socialmente.

Assim, acaba apresentando atitudes condicionadas, voltadas para as sensações, e demonstra resistência a qualquer outra posição ou “estilo” de vida que seja calcado nos aspectos espirituais.

Este momento é marcado pela fase em que a filha ou o filho de santo crê que o Mestre, a Mestra, a Ialorixá ou o Babalorixá não consegue perceber como ele ou ela é especial e diferenciada.

Aguça seus sentidos em prol de sua causa, porém acredita que o mecanismo da Iniciação seja o mesmo do mundo profano. Não percebe que dentro da Iniciação não se valorizam apenas o conhecimento externo e acadêmico.

Crê que poderá conquistar a Iniciação como se estivesse lidando com coisas comuns, ordinárias, onde o que mais importa são as aparências. Então busca de todas as maneiras demonstrar a seu Mestra, a sua Mestra, a sua Ialorixá, a seu Babalorixá, enfim, a seu pai ou mãe de santo que tem “profundo” conhecimento.

Seu pai ou mãe de santo lhe observa, mas aguarda seu amadurecimento. Porém, a pessoa aspirante a filho ou filha de santo acha que não está sendo valorizada nem recebendo a atenção que merece. É neste momento que se lança para “conseguir” a Iniciação sem o pai ou mãe de santo.

Na maior parte das vezes busca a Iniciação em livros, na expectativa de que seu cabedal intelectual suplante a figura e o papel do pai ou da mãe de santo.

Ledo engano...


Mãe Maria Elise Rivas

Íyá Bê Ty Ogodô

Mestra Yamaracyê



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