Nos idos de 1996, a Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino aluga o prédio de nº 400 localizado à Av. Santa Catarina com a finalidade de ali implantar um de seus terreiros. Antes da locação realizada pela instituição passaram por lá dois terreiros de umbanda, sendo um deles do falecido Roberto Getúlio de Barros, Roberto Guarantã, como ficou conhecido. O que ganha relevância na história de Pai Rivas, pois o mesmo, no início de sua adolescência, frequentara as giras de Roberto Guarantã, onde incorporou o caboclo Urubatão da Guia. Logo, o local tinha vínculos íntimos com a trajetória do fundador da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino.
Ilé Oká Sete Estradas, nas palavras de Pai Rivas
Algumas pessoas têm nos perguntado o motivo de nosso novo terreiro localizado em Itanhaém chamar-se Ilé Oka. Não podemos definir em apenas algumas linhas o amplo sentido e as várias configurações semânticas que o termo Ilé Oka imprime.
Podemos, inicialmente, afirmar que o termo Oka é africano e o Ilé Oka Sete Estradas é a Casa dos Poderes Mágicos. Agora, essa magia contempla vários aspectos e em cada grupo das religiões afro-brasileiras ela é executada, ritualizada com características próprias. O Ilé Oka é um terreiro do grupo das encantarias (candomblé de caboclo, jurema e encantarias várias) e tem como compromisso o cuidado com a saúde de todas as pessoas que o procuram. Essa saúde, no entanto, é muito mais que apenas a saúde do corpo biológico, físico. A saúde no Ilé Oka (e temos certeza que em todos os terreiros sérios) é entendida a partir da cosmovisão maior que abrange esse grupo das religiões afro-brasileiras, por exemplo, de como as encantarias veem o corpo, a saúde, a espiritualidade (corpo fechado e caminhos abertos)
As pessoas procuram as religiões afro-brasileiras por vários fatores, por obsessões espirituais, feitiçarias várias, desvios de personalidade, brigas familiares, problemas afetivos, doenças que já estão manifestas fisicamente. Assim, a saúde é vista de maneira maior e nosso Ilé é, portanto, direcionado às várias magias. Outras semânticas existem, mas deixaremos para próximos textos e/ou para cada um dos que pisam no Ilé Oka que alcance o entendimento.
Babá Rivas Ty Ògìyàn
Axé!